Fernando Mora Ramos, José Carlos Faria, Luís Varela e José Peixoto.

AUTOR | Alberto Pimenta
LEITURA ENCENADA DE  | Fernando Mora Ramos
INTERPRETAÇÃO | Fábio Costa, Fernando Mora Ramos, José Carlos Faria, Nuno Machado e Tiago Moreira

Após cinquenta anos de liberdade, reflectimos o caminho percorrido e o que dele resta a percorrer para uma sociedade em que a cultura e a actividade artística é para todos e não o privilégio de alguns. Haverá os que sublinham os retrocessos, haverá os que relevam os progressos, a verdade do que é e do que foi deve encontrar-se – como tantas vezes – entre uns e outros.

Fez-se Abril e nesse acto revolucionário passou a ser possível fazer tout court – não falamos aqui, evidentemente, do fazer mecânico e robotizado, herdeiro das opressões superadas, para o qual nos tentam ainda hoje lançar em permanência, mas sim, do fazer como movimento activo de busca de sentido e que nessa busca ganha a aceção criativa, que pauta o trabalho artístico. Quais são os resultados de cinquenta anos de fazer? Estaremos com um problema demográfico da conquista em que por cada passo dado em frente mais um palmo de terreno acidentado se estende diante nós? Esse caminho que se vai percorrendo pela invenção dos fazedores onde se encontra agora? Deambulamos sem rumo ou há uma bússola que nos aponta o caminho? Ou teremos chegado a uma encruzilhada?

Neste colóquio tentaremos recriar o caminho com dificuldades que nele foram surgindo, desde a invenção da profissão à recolha de reportórios, da criação de estruturas descentralizadas aos compromissos com o novo poder, procurando avaliar se foram superadas de facto ou se são ainda luta contínua.

Em conversa com Fernando Mora Ramos, José Carlos Faria, Luís Varela e José Peixoto irão discutir-se esses tempos e estes tempos, recriando a história do que é a actividade artística na sociedade portuguesa livre e democrática. No fim, talvez novos caminhos possam surgir.

 

“Reality Show”, de Alberto Pimenta, percorre a dialéctica subjacente aos regimes totalitários, em que a violência é indispensável à sobrevivência da estrutura de poder. Poema cortante que lança um olhar vertical ao cemitério da frente de batalha, “Reality Show” é um apelo à verdade. Nesta leitura acrescentaremos novos elementos aos da sessão realizada em Dezembro de 2023, aquando do colóquio “Teatro, Espaço Vazio e Democracia”. Leitura encenada com Fábio Costa, Fernando Mora Ramos, José Carlos Faria, Nuno Machado e Tiago Moreira.